quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Vitória da esperança?

(...)
Há então razão para alguém festejar a aprovação da Lei de Biossegurança?
Sem dúvida.
Em primeiro lugar, os laboratórios de reprodução humana ficarão livres do enorme ônus de conservar em geladeiras de nitrogênio líquido os seres humanos excedentes originados das técnicas de fertilização "in vitro". Eles são os beneficiários diretos e imediatos.
Mas quem tem grande motivo para festejar são os defensores do aborto. Com a aprovação da Lei, criou-se uma classe de seres humanos que não têm proteção legal. Contrariando a Constituição Federal (art. 5º, caput) e o Código Civil (art. 2º), foi negada aos seres humanos em estágio embrionário a inviolabilidade do direito à vida. Criou-se assim um importantíssimo precedente para a legalização do aborto.
Defensores do aborto (incluindo o governo federal e organizações internacionais interessadas no controle demográfico do Brasil) e donos de laboratórios: eis os grandes beneficiários.
E quanto aos deficientes que, em cadeira de rodas, comoveram-se quando viram anunciado o resultado da votação? Eles, coitados, foram instrumentalizados para uma causa ignóbil. Talvez não imaginem que, assim como foram excluídos da espécie humana os que não possuem tubo neural, num futuro próximo os legisladores poderão declarar que os paralíticos não são pessoas, que os portadores da síndrome de down não são humanos, que os ancião que sofrem do mal de Alzheimer não têm direitos. E em nome da "ciência" será autorizada a eliminação desses "subumanos" em proveito dos verdadeiros "humanos".
Um dia histórico
Do alto da tribuna, os deputados que defendiam a destruição de embriões humanos, diziam que aquele era um dia histórico. De fato, o dia 2 de março de 2005 merece ser gravado na História.
Desde 13 de maio de 1888, quando a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, ficou abolida a distinção entre escravos e livres. A lei brasileira deixou de admitir que qualquer ser humano fosse tratado como coisa. Se, depois desse dia, os direitos humanos continuaram a ser violados, tal violação sempre se passou à margem da lei.
Em 02 de março de 2005, observamos um retrocesso. Mais de um século depois da abolição da escravidão, o Congresso Brasileiro aprova, por ampla maioria, uma lei permitindo que os seres humanos mais frágeis e indefesos sejam mortos e manipulados. Sem dúvida, essa foi uma data tristemente histórica.
* * *

Como foi a votação.
O Substitutivo do Senado Federal foi aprovado, ressalvados os Destaques, com o seguinte placar: Sim: 352; Não: 60; Abstenções: 1; Total: 413.
Mas o mais importante foi a votação do art. 5º do Substitutivo do Senado Federal, que permitia a destruição de embriões humanos. Eis o resultado: Sim: 366; Não: 59; Abstenções: 3; Total: 428.
Parabéns
Quem votou contra a morte das criancinhas foi, na sua grande maioria, a bancada evangélica. De todos os partidos, apenas o PRONA orientou seus membros a rejeitar o projeto. Merece parabéns o discurso pronunciado pelo Dr. Enéas (PRONA-SP), que, na qualidade de médico, apresentou argumentos éticos e científicos irrespondíveis. Irados, seus opositores se puseram a vaiá-lo.
Teve grande destaque a Associação Nacional Mulheres pela Vida que, na pessoa de sua presidente Maria das Dores Hipólito Pires (Dóris) e de sua vice-presidente (Glória Catão), veio do Rio de Janeiro a Brasília para tentar impedir a tragédia.
Pêsames
Os deputados católicos, porém,
com honrosas exceções, votaram em peso pela destruição de embriões humanos. De fato, é forçoso reconhecer que a hierarquia católica no Brasil fez muito pouco para assessorar os parlamentares, a todo o momento assediados pela falácia das células-tronco embrionárias.

Anápolis, 06 de março de 2005
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis

“A vitória da "ciência" (?) e da "esperança" (?)...”, texto completo disponível em:
http://www.providaanapolis.org.br/vitcienc.htm

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