quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Comunismo de sacristia que ainda resiste

Tenha certeza de uma coisa, caro leitor: chegará o dia em que os sucessores dos Apóstolos deixarão aquele ranço marxista e falarão somente em conversão e salvação.
Esses bispos tupiniquins... veja estas palavras de D. Moacyr Grechi, arcebispo de Porto Velho - RO, sobre a 12ª Intereclesial das CEB’s:
“Com este grande coração da Amazônia, quero acolher todos os gritos dos Povos da Terra e os gritos da nossa Mãe Terra, a 'Pacha Mama' dos indígenas. A partir do XII Intereclesial e do Encontro de Assessores da articulação continental das CEBs, lhes envio esta carta, expressando meu agradecimento ao Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos reuniu a todos, todas em Porto Velho, na força do Espírito Santo.”
Olha, eu sei que todos nós merecemos melhores condições de sobrevivência, temos o direito sagrado de ter um trabalho e por aí vai, mas essa não deve ser a principal preocupação do episcopado brasileiro, que por sinal, só exala um fedor de marxismo de sacristia já por demais entranhado na pregação.
Além disso, não sei nem como que o Sr. arcebispo não se referiu a Deus como “Deus Pai e Mãe” por exemplo. Haja bons tímpanos, entretanto, para suportar tanto grito, seja da “mama África”, “mama Paca”, “Pacha Mama” e outras expressões que só o comunismo sacristão consegue arranjar.
E o religioso libertário continua:
“Seguindo a prática de Jesus de Nazaré, as CEBs se espelham na Palavra de Deus e a têm como companheira da caminhada. Esta Palavra é refletida, rezada, bebida, contemplada, cantada e ilumina a prática libertadora das comunidades, tornando presente o Mistério Pascal. No Brasil e em outros países da América Latina e do Caribe, em muitos lugares, as CEBs anseiam por uma participação à celebração Eucarística, com um ritmo possível e seguro, como alimento da caminhada (Jo 6) e sinal essencial de sua identidade católica.”
Como assim, “as CEBs anseiam por uma participação à celebração Eucarística”? Mais do que já têm? Já não são o bastante aquelas dancinhas chatas, aquelas procissões enfadonhas e cheias de panfletagem, além das horrendas missas-macumba, missas-rodeio, missas-pajelança e outras aberrações litúrgicas que infestam a Igreja?
E outra: o comunismo de sacristia sempre usa, até abusar, o termo “libertação” e “pobres”. É a velha e mal disfarçada luta de classes de Marx.
Devo até reconhecer que foram citados os nomes de Jesus e Maria, mas é sempre com aquele viés (a esquerdalha católica gosta muito de usar esse termo) de “igreja dos pobres”.
Outra observação a fazer é que não foi citado em nenhum momento o Santo Padre.
Resumindo então o negócio: existe a Igreja Católica Apostólica Romana, a “dos ricos e do papa, vaticano-eurocêntrica, com sede em Roma”, e a “Igreja Católica Cebista Libertária dos Pobres Fracos e Oprimidos pelo Sistema Capitalista dos Patrões e Latifundiários”, que é aquela das bases, do povão oprimido e explorado, com cara de afro-índio latino-americano, com sede na favela logo ali ou no assentamento da beira da estrada”.
O mais irônico disso tudo é que, ao contrário do que pregam, muitos teóricos da TL não são pobres, muito pelo contrário, vivem em casarões espaçosos, têm boa comida e só vestem roupa de grife, guiando carrões do último modelo. O mesmo vale para muito padre/bispo que existe por aí.
Texto completo de D. Moacyr Grechi disponível na página da Adital.

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